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Condição crônica afeta uma em cada dez mulheres

No Brasil, o mês de março não apenas marca a transição para o outono, mas também traz consigo uma importante campanha de conscientização: o Março Amarelo, dedicado à endometriose. Esta condição médica crônica afeta cerca de uma em cada dez mulheres no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva. Com o objetivo de ampliar o debate sobre a doença e promover a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, o Março Amarelo destaca-se como um período para disseminar informações sobre a endometriose.

Desafios e ramificações

A endometriose é uma condição na qual um tecido semelhante ao revestimento uterino cresce fora do útero. Esses tecidos podem se espalhar por áreas como os ovários, as tubas uterinas e, até mesmo, alcançar órgãos como a bexiga e o intestino, resultando na chamada endometriose intestinal. As ramificações da endometriose não se limitam somente à dor física, como também podem impactar a fertilidade, com mais de 30% dos casos potencialmente resultando em infertilidade.

Prevalência e sintomas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo, com mais de 7 milhões de casos apenas no Brasil. Os sintomas incluem dor pélvica crônica, cólicas menstruais severas, dor durante a relação sexual, alterações no funcionamento intestinal e dificuldade para engravidar. O diagnóstico da endometriose pode ser feito por meio de exames ginecológicos, laboratoriais e de imagem, sendo crucial a consulta a um especialista, ao primeiro sinal de sintomas.

Tratamento e desafios contínuos

Para aqueles que não desejam engravidar, o tratamento pode incluir o uso de anticoncepcionais, para interromper a menstruação e controlar os sintomas. Já em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para remover os fragmentos do endométrio em regiões fora do útero.

Reconhecimento

Este ano, o Março Amarelo ganha ainda mais relevância com a comemoração de dois anos desde a sanção da lei 14.324/2022, que estabeleceu o Dia de Luta contra a Endometriose em 13 de março. Além disso, a Semana Nacional de Educação Preventiva e Enfrentamento à Endometriose também é celebrada, destacando a importância contínua da conscientização e educação sobre essa condição.

O dia escolhido para marcar a luta contra a endometriose, 13 de março, tem raízes profundas na história da conscientização sobre a doença. Remonta à primeira edição da EndoMarcha, realizada em 13 de março de 2014, tanto no Brasil quanto em outros países. O impulso para reconhecer oficialmente esse dia começou em outubro de 2014, quando a cidade de Campo Grande (MS) instituiu a data como o Dia Municipal de Luta contra a Endometriose e a Semana Nacional. Desde então, o movimento cresceu, culminando na aprovação da lei federal em 2022.

Avanços na conscientização e tratamento

À medida que o Março Amarelo continua a iluminar a endometriose, é urgente que essa conscientização se traduza em ações tangíveis, incluindo melhor acesso ao diagnóstico e tratamento adequados, bem como apoio contínuo para a pesquisa e educação sobre essa condição que impacta milhões em todo o mundo.