Novidades

A campanha Janeiro Branco é voltada para a conscientização sobre a importância da saúde mental. O movimento, criado por psicólogos de Uberlândia em 2014, se fortaleceu e já acontece em várias cidades do Brasil. A campanha se baseia em ações e palestras realizadas em locais públicos, com o objetivo de atingir uma parcela significativa da população.

Normalmente, é no primeiro mês do ano que as pessoas planejam recomeços e traçam planos para o futuro. Entretanto, a saúde mental da maioria das pessoas foi abalada por conta da pandemia. O isolamento social, o sentimento de impotência, o luto pela perda de entes queridos aumentaram a instabilidade emocional das pessoas. Além disso, as demissões também contribuíram negativamente para que o estado de fragilidade viesse à tona e atingisse níveis comprometedores.

Segundo a Psicóloga Hospitalar e Psicanalista Winnicottiana do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Adriana Barbosa de Freitas Capparelli, falar sobre saúde mental é de extrema relevância. “Esse tema é importante, tanto do ponto de vista preventivo como na busca de um tratamento. É um assunto que precisa de atenção, principalmente nesse período de pandemia”, afirma.

Adriana acredita que as incertezas, inseguranças e medos decorrentes da pandemia colaboraram para desencadear e acentuar episódios de angústia, ansiedade, crise de pânico, transtornos obsessivos compulsivos, dentre outros distúrbios psíquicos.

“Para se ter uma ideia, algumas pesquisas, como da Universidade de Oxford, indicam que aproximadamente 18 % dos pacientes diagnosticados com Covid-19 apresentaram transtornos mentais, como depressão e insônia.

Além disso,  outro aspecto da pandemia desfavorável à nossa saúde é o isolamento social. As relações humanas nos dão a sensação de pertencer a um lugar, tempo, espaço, nos sentimos vivos e com uma existência, no sentido pleno da palavra.

Ou seja, quando deixamos de interagir com as pessoas, perdemos a possibilidade de trocas, de manifestações afetivas, que nos fortalecem. Outros fatores, como o medo de alguém querido contrair a doença, as incertezas e as perdas econômicas, associadas ao trabalho e emprego, também contribuíram para o aumento dos transtornos emocionais”, completa.

Do mesmo modo, a psicóloga acrescenta que é preciso estar atento, também, à saúde mental das crianças e adolescentes. “Precisamos sempre nos perguntar e observar como eles estão lidando com o isolamento e a falta de contato com os colegas.  Muitos pais relatam alterações em seus filhos, observando-os mais irritados, tristes, em alguns casos mais impulsivos e com muito mais acesso às telas. Tudo isso reforça o alerta que a campanha Janeiro Branco traz para todos. Mais do que qualquer outra época, devemos observar, prevenir e tratar da nossa saúde mental e de nossos entes queridos”, finaliza Adriana Barbosa de Freitas Capparelli.