Fevereiro Laranja: o mês de combate à Leucemia
Muito mais que folia, marchinhas e feriado prolongado, fevereiro é caracterizado por ser um marco na luta contra as leucemias. A campanha Fevereiro Laranja tem o objetivo de alertar sobre o tipo de câncer que afeta o sistema sanguíneo de milhares de pessoas todos os anos no mundo.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para novos casos da doença pode chegar a 10.810 em 2021, sendo 5.920 homens e 4.890 mulheres. Assim, a leucemia ocupa a nona e décima posição conforme o sexo, em frequência de tipo de câncer mais comum.
O que é leucemia?
A leucemia é uma neoplasia maligna, ou seja, um câncer. Ela acomete os leucócitos, que são as células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo.
As leucemias se iniciam com a mutação de um ou mais glóbulos brancos que começam a se proliferar de maneira desorganizada e acelerada. Elas podem ser agudas ou crônicas. A leucemia aguda acomete todas as idades e é a forma mais grave da doença.
Segundo o Hematologista e responsável pelo Transplante de Medula Óssea do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Virgílio Farnese, as leucemias têm dois picos de prevalência bem distintos e é um pouco mais comum no sexo masculino. “A leucemia, mesmo que muito pouco, acomete mais homens do que mulheres, em uma proporção de seis para cinco. Vale lembrar que não existe uma explicação clara para a predileção. No entanto a leucemia pode acometer todas as idades. A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) a mais comum da infância e as leucemias crônicas e a Leucemia Mielóide Aguda, mais comuns em adultos e idosos”, disse.
O Transplante de Medula Óssea
Mantendo a trajetória de pioneirismo, em 14 de março de 2018 o Santa Genoveva Complexo Hospitalar foi o primeiro hospital de Uberlândia a realizar Transplante de Medula Óssea Autólogo. Desde então, o Santa Genoveva já realizou 46 procedimentos.
O Transplante de Medula Óssea é um tratamento de alta tecnologia e complexidade. Esse procedimento é fundamental no tratamento e na busca pela cura de neoplasias hematológicas como Linfoma, Mieloma Múltiplo e Leucemia. Além disso, o procedimento também é usado para tratar alguns tumores sólidos, como o Tumor de Testículo. Vários estudos também têm revelado resultados promissores em doenças autoimunes como o Lúpus e Esclerose Múltipla.
Farnese explica que houve uma queda de 35% de transplantes realizados em 2020, quando comparado a 2019. “Isso ocorreu devido a uma recomendação da Sociedade Brasileira de TMO em postergar transplantes que poderiam aguardar pelo procedimento, devido ao risco de imunossupressão e infecção por Covid-19”, pondera.
Transplante de Medula Óssea
O hematologista explica que o TMO é indicado de acordo com o tipo de leucemia, gravidade da doença, status físico do paciente e a resposta inicial ao tratamento. “Não é possível escolher por esse tipo de tratamento logo no início. Mesmo em casos graves, antes do TMO, o paciente deve ser submetido à uma fase do tratamento antineoplásico, para, só depois, realizar o transplante”, afirma.
De acordo com o médico, as Leucemias Agudas são tratadas com quimioterapia e o Transplante de Medula Óssea é reservado para casos de alto risco ou naqueles em que a doença não responde ao tratamento inicial. “As chances de recaída após resposta inicial variam conforme o tipo de leucemia e idade do paciente. O TMO é capaz de aumentar as chances de cura e diminuir o risco de recaída da leucemia em pacientes de alto risco ou com falha ao tratamento inicial. É muito importante conscientizar as pessoas que, mesmo frente às doenças graves como as Leucemias, é possível buscar a cura ou melhorar a qualidade de vida por meio de um tratamento adequado”, finaliza o hematologista Virgílio Farnese.
Tratamentos indicados
O tratamento das Leucemias Agudas é realizado com quimioterapia, já as Leucemias Crônicas podem ser tratadas com quimioterapia ou com medicamentos orais, que inibem algumas mutações que são investigadas no diagnóstico da doença, como no caso da Leucemia Mielóide Crônica e Leucemia Linfocítica Crônica.
Além disso, novos medicamentos que atuam em alvos específicos foram aprovados recentemente no tratamento das leucemias agudas. Com eles acredita-se que é possível melhorar o prognóstico daqueles casos refratários ou sem condições de transplante.
O Complexo Hospitalar
O Santa Genoveva ainda é o único hospital particular de Uberlândia a realizar procedimentos de TMO. A estrutura conta com centro de quimioterapia, centro cirúrgico para realização de biópsias ou cirurgias e unidade de internação.
Como ser doador de medula?
Para ser doador de medula óssea, basta ir ao hemocentro e se cadastrar. O doador deverá ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante. Contudo as chances de se encontrar algum doador compatível é de 1 a cada 100 mil doadores, por isso é tão importante o cadastro de novos doadores nos hemocentros.