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Estresse: um perigo muitas vezes negligenciado

O mês de setembro é marcado por campanhas em favor da vida e da saúde mental. E falar sobre estresse não é muito diferente disso. A palavra que significa, também, “pressão” está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. O Dia Mundial de Combate ao Estresse, cuja data é 23 de setembro, tem o objetivo de divulgar e informar medidas preventivas e de promoção à saúde em ambientes profissionais e na vida particular.

O estresse é causador de desequilíbrios hormonais e de inúmeros adoecimentos físicos e mentais. De acordo com a  International Stress Management Association Brasil (Isma-BR), o estresse profissional afeta cerca de 72% dos brasileiros, frequentemente causando adoecimento, e 69% dos brasileiros estão estressados com o trabalho. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abordou uma pesquisa que mostra que o Brasil é o segundo país com maior índice de estresse relacionado ao trabalho no mundo.

Segundo a Psicóloga Hospitalar e Psicanalista Winnicottiana do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Adriana Barbosa de Freitas Capparelli, falar sobre saúde mental é de extrema relevância. “Esse tema é importante, tanto do ponto de vista preventivo como na busca de um tratamento. É um assunto que precisa de atenção, principalmente nesse período de pandemia”, afirma.

“Essa é uma data que tem muita relação com a campanha Setembro Amarelo.   A dificuldade ou a impotência em lidar com eventos estressantes pode precipitar nas pessoas atitudes autodestrutivas e até de autoextermínio, numa tentativa de aliviá-las de um sofrimento, ou como um pedido de ajuda”, completa.

Para se ter uma ideia, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Desse montante, 11 mil são do Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 96,8% dos suicídios estão relacionados a algum transtorno psiquiátrico sem acompanhamento médico.

 

Qual o perfil do paciente com estresse?

A Psicóloga acredita que o estresse já está presente em todas as faixas etárias e acomete mais mulheres do que homens. “Muito se engana quem pensa que só adultos passam por momentos de estresse. Precisamos estar atentos, também, às nossas crianças e adolescentes. Cobranças excessivas, ambiente familiar instável e caótico, podem ser fatores estressantes para eles, e interferem negativamente no processo de desenvolvimento emocional”, pontua.

Muitos estudos têm mostrado a importância de se cuidar da saúde mental e Adriana Capparelli reforça que, nesse momento de pandemia, os transtornos mentais têm se agravado de maneira geral. “É importante investir em autoconhecimento. Esse é um caminho para que consigamos identificar fatores estressores. É recomendado, também, buscar ajuda de um profissional especializado, como psicólogo ou psiquiatra, diante de um transtorno ou sofrimento mental. Investir em hábitos de vida equilibrados contínuos, que incluem descanso após longas jornadas de trabalho, atividades físicas, lazer, meditação e alimentação balanceada são algumas das atitudes que beneficiam nossa saúde de maneira geral”, finaliza a Psicóloga.

 

Quais os principais sintomas do estresse?

Insônia, incapacidade de relaxar, tensão, irritabilidade, impaciência, agressividade, fadiga/exaustão, ansiedade, insegurança, tendência ao isolamento, dificuldades no relacionamento profissional, social e emocional, perda de iniciativa, apatia, desânimo, depressão, aumento no consumo de substâncias lícitas ou ilícitas, problemas gastrointestinais, dores de cabeça e no corpo, palpitações, sensações de sufocamento, dificuldades de atenção e concentração, bem como alterações de memória.

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