Diga não ao preconceito: prevenção também é coisa de homem!
A campanha Novembro Azul serve para alertar sobre tipo de câncer que ameaça milhares de homens
Chegamos ao mês de prevenção ao câncer de próstata, o tipo que mais afeta os homens do nosso país, depois do câncer de pele (não-melanoma). De acordo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados cerca de quase 70 mil novos casos de câncer de próstata.
Ainda de acordo com o Portal, cerca de 95% dos homens tem algum preconceito para fazer o exame de toque retal. Desses, 37% acreditam que a doença pode ser detectada apenas com o exame PSA, sem necessidade do exame de toque. Dez por cento deles se recusam a fazer o exame, 32% não gostam de ir ao médico e 21% consideram que não precisam fazer o exame, pois possuem uma vida saudável. O prejuízo para esta situação é a dificuldade para detecção precoce da doença, em uma fase com maior potencial de cura. Perigo maior principalmente em homens mais jovens, nos quais a doença poderá causar a morte, devido a apresentar um comportamento mais agressivo.
Recém-chegado de um congresso de oncologia clínica, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro no mês de outubro, o oncologista do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Rodolfo Gadia, acredita que a barreira do preconceito impede que muitos homens se dediquem à prevenção e consigam diagnosticar a doença precocemente.
“Cerca de 63% dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, o câncer de próstata tem os riscos de mortalidade muito reduzidos. Os principais fatores para o desenvolvimento da doença são a idade acima de 50 anos, história familiar positiva, fatores hormonais e ambientais como dieta rica em gorduras, sedentarismo, excesso de peso e a raça negra”, disse.
Gadia explica que o diagnóstico precoce do câncer de próstata é feito através do exame de toque retal associado à dosagem do PSA no sangue. Dependendo das alterações encontradas, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença do câncer de próstata. “É necessária a realização dos exames em conjunto, ou seja, o toque retal e o PSA, pois são bem mais eficazes quando combinados, sendo que um não exclui o outro. O câncer de próstata nos homens idosos é, geralmente, mais agressivo e letal”, pondera Rodolfo.
“Podemos falar que cerca de 90% dos casos, quando diagnosticados nos estágios mais iniciais, são potencialmente curáveis”, acrescenta o oncologista.
Novidades para o tratamento
Estudos feitos há alguns anos disseram que o gene BRCA2 está relacionado a algumas formas hereditárias de câncer de mama, próstata e ovário. Portanto, os homens que carregam esse gene teriam menos chances de sobreviver às formas agressivas do tumor, tendo uma probabilidade maior do mesmo se espalhar.
“As neoplasias malignas são derivadas por mutações genéticas. E, dentre as muitas alterações genéticas, uma já é bem conhecida. Este gene é alvo terapêutico com moléculas desenvolvidas para realizarem o bloqueio das consequências desta mutação, com bons resultados em tumores metastáticos e resistentes à castração”, finaliza Rodolfo Gadia.
Quais os sinais de alerta?
A maioria dos cânceres cresce lentamente e não mostra indícios no início. Os tumores em fase mais avançada podem causar sintomas como dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga, presença de sangue na urina e, em alguns casos, dor óssea na região das costas, quando há a metástase.
O que aumenta o risco?
Segundo o INCA, é preciso ficar atento se parentes de primeiro grau (pai e/ou irmão) tiveram história de câncer de próstata antes dos 60 anos. Além disso, o excesso de gordura e a exposição a alguns elementos e produtos químicos, como arsênio, agrotóxicos e produtos de petróleo.
O Hospital
O Santa Genoveva Complexo Hospitalar possui uma equipe multidisciplinar composta por urologistas, proctologista, radiologistas, patologistas, médicos nucleares e oncologistas. Assim, o paciente consegue realizar o diagnóstico e o tratamento necessário (cirurgia e quimioterapia) em um mesmo local, o que facilita o acompanhamento do mesmo.