A asma não tem cura, mas pode ser controlada
A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns. A afirmação, inclusive, consta da página Saúde de A a Z, do Ministério da Saúde. Em contrapartida, lá também encontramos outra informação preocupante: “Sim, a asma pode matar em casos extremos e raríssimos”. De fato, apesar de todo progresso, a asma ainda é uma doença aflitiva, com grande sofrimento para o paciente. Contudo, felizmente, só é fatal em casos excepcionais, podendo ser revertida com cuidados e tratamento.
O que provoca a asma?
A asma é uma inflamação crônica dos pulmões e, muitas vezes, é conhecida como asma brônquica ou bronquite asmática. Possui diversos sintomas comuns a outras doenças respiratórias, como DPOC ou Covid-19. Por esse motivo, é importante que seja feito um diagnóstico médico preciso, para que o tratamento seja adequado. Seus principais sintomas são:
- Tosse seca;
- Chiado no peito;
- Falta de ar, ou seja, dificuldade para respirar;
- Respiração rápida e curta;
- Sensação de pressão ou aperto no peito.
Existem vários fatores causadores da asma, sejam ambientais ou específicos do paciente:
- Alergias a substâncias e agentes alérgenos (poeira, ácaro, mofo, pólen, pelos de animais, fumaça, poluição, cheiros fortes, alguns alimentos);
- Infecções, como viroses ou sinusites;
- Mudanças de tempo, exposição ao ar frio;
- Esforço físico;
- Medicamentos (anti-inflamatórios não hormonais);
- Fatores relacionados ao trabalho ou a outras doenças;
- Causas emocionais.
Sintomas de urgência
Para determinar a gravidade do quadro da doença, além dos exames, o médico procede a uma análise clínica do paciente. A asma está controlada, desde que não existam crises ou limitações às atividades normais. A situação é considerada parcialmente controlada, se aconteceram limitações, sintomas ou necessidade de bombinha, até duas vezes no último mês. Entretanto, se essas ocorrências foram verificadas três vezes ou mais, nesse período, caracteriza-se um quadro de asma não controlada.
Durante uma crise de asma, o paciente deve se sentar com o corpo levemente inclinado para frente. Ao mesmo tempo, precisa utilizar rapidamente o medicamento receitado pelo médico. As crises de asma podem durar, desde alguns minutos, até dias. Nos casos mais graves, o fluxo de ar tende a ficar muito restrito, podendo, dessa maneira, causar complicações. Portanto, é imperioso procurar ajuda médica quando ocorrer:
- Tosse persistente;
- Dificuldade extrema para respirar;
- Lábios, dedos e rosto de cor azulada;
- Sonolência grave ou confusão, durante a crise;
- Pulsação muito rápida;
- Forte ansiedade gerada pela deficiência respiratória;
- Transpiração excessiva;
- Chiado audível.
Principais fatores de risco da asma
Conhecer o histórico familiar do paciente é fundamental, visto que há predisposição genética para alergias em famílias com quadros alérgicos. Assim como é mais frequente que pessoas com outras alergias também venham a ter uma reação exagerada das vias aéreas. Bem como crianças com baixo peso ao nascer, filhas de mães tabagistas.
Do mesmo modo, a obesidade é considerada um fator de risco, pois pode desencadear uma série de processos inflamatórios. Como a asma é, igualmente, um processo inflamatório nos brônquios, a obesidade facilita esse processo. Muitas vezes, a perda de peso pode fazer os sintomas simplesmente desaparecerem.
Um outro fator considerado de risco é a presença de refluxo gastroesofágico. Quando o conteúdo do refluxo vai para dentro dos pulmões, pode desencadear uma inflamação, que favorece o surgimento da asma. Dessa maneira, o controle da asma pode depender diretamente do tratamento do refluxo.
Asma: prevenção e diagnóstico
Para o diagnóstico da asma, o médico (pneumologista ou clínico geral) faz uma avaliação dos sintomas e exames específicos. O profissional pode utilizar a auscultação pulmonar, o teste de função pulmonar, e exames complementares, como a espirometria e a broncoprovocação.
Confirmado o diagnóstico, o médico deve introduzir algumas mudanças, com o objetivo de evitar os episódios de asma. A poeira doméstica, por exemplo, é um dos principais agentes desencadeadores das crises asmáticas. Assim, a principal recomendação preventiva é manter o ambiente limpo, higienizado e livre de elementos alérgenos.
Os locais de convívio devem estar bem arejados e, na limpeza, deve-se evitar, sobretudo, vassouras e espanadores. Além disso, fumantes devem respeitar o ambiente e os animais não devem permanecer nos quartos de dormir. Da mesma forma, tapetes, carpetes, cortinas e almofadas estão proibidos, pois facilitam o acúmulo de pó.
Tratamento mantém a asma sob controle
Os tratamentos para a asma incluem os medicamentos contínuos e os broncodilatadores. Esses medicamentos dependem não apenas da idade, como também dos sintomas e dos gatilhos das crises. Os preventivos reduzem a inflamação nas vias aéreas, logo, bloqueiam os sintomas. Por outro lado, os medicamentos contínuos constituem a base do tratamento, e incluem remédios de uso oral e inaláveis.
Já os broncodilatadores servem para alívio rápido dos sintomas durante uma crise. Eles liberam a entrada de ar nos pulmões por com um inalador portátil ou um nebulizador. Quando, porém, há necessidade do broncodilatador várias vezes ao dia, é um alerta de que a asma está descontrolada.
Sendo assim, prevenção e controle são as principais medidas para impedir os ataques de asma. No entanto, quando não há seguimento adequado do tratamento contínuo, os brônquios podem adquirir cicatrizes, tornando o quadro irreversível.
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