A hipertensão arterial e seus perigos
A hipertensão atinge cerca de um quarto dos adultos no Brasil. E é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares
Com o objetivo de conscientizar sobre os problemas referentes à hipertensão arterial, 17 de maio passou a ser reconhecido como o Dia Mundial da Hipertensão Arterial. No Brasil, cerca de 36 milhões de indivíduos adultos e mais de 60% da população idosa têm pressão alta. Porém, cerca de metade nem tem conhecimento e, do restante, apenas 45% mantêm a pressão controlada.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, matam mais de 300 mil brasileiros anualmente. A hipertensão, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, constitui o principal fator de risco dessas doenças.
De acordo com o cardiologista do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Vilmar Pereira, a hipertensão é uma doença de alta prevalência. Apesar de, na maioria das vezes, ser assintomática. “É importante estimular o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo, visando o controle da pressão arterial e dos fatores de risco associados. A hipertensão contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular. Diagnosticando e tratando a doença precocemente e de maneira correta, conseguimos uma redução das complicações decorrentes da hipertensão crônica ao longo dos anos”, disse.
Fatores
Diversos fatores podem desencadear a hipertensão, sendo o histórico familiar o primeiro a ser avaliado. Entretanto, o consumo excessivo de sal, especialmente nos alimentos processados e industrializados, é outra causa importante da pressão alta. Além disso, o tabagismo, a obesidade, o estresse, o colesterol alto, o sedentarismo, a poluição e o diabetes aumentam o risco de hipertensão.
Mesmo sendo considerada uma doença muitas vezes assintomática, as dores de cabeça, no peito e/ou tonturas podem ser sinais de alerta para a hipertensão. O aumento da pressão arterial pode causar Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto, problemas na circulação arterial periférica e problemas oculares.
Incidência
A incidência da enfermidade aumenta progressivamente com a idade, e a pressão deve ser monitorada a partir dos 40 anos. A medição pode ser realizada com aparelhos manuais ou automáticos, no consultório médico. Porém, em alguns casos, pode ser necessário um exame ambulatorial, conhecido como MAPA, durante 24 horas.
“Podemos caracterizar a hipertensão quando há elevação dos níveis pressóricos, ou seja, maior que 140 x 90 mmHg em um indivíduo adulto, o que deve ser validado por aferições repetidas em duas ou mais ocasiões. A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada. Contudo, é importante salientar que, além dos medicamentos, o tratamento inclui a mudança no estilo de vida, desenvolvendo hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática de atividades físicas regulares, controle do estresse e fim do tabagismo”, complementa o cardiologista Vilmar Pereira.
O médico ainda alerta que pacientes hipertensos têm maior risco de desenvolver complicações pelo Coronavírus. Dessa forma, todos os cuidados com a prevenção devem ser redobrados, como o isolamento social, a vacinação contra gripe, a higienização frequente das mãos e superfícies e a utilização de máscaras.
Como prevenir a hipertensão arterial?
1. Praticar atividades físicas regularmente;
2. Reduzir o consumo de sal;
3. Não fumar;
4. Evitar consumo excessivo de álcool;
5. Evitar situações de estresse.